No dia 29 de abril, durante a festa de pós-premiere de Thunderbolts em Hollywood, o roteirista de quadrinhos Paul Jenkins foi surpreendido ao ouvir seu nome sendo chamado. Ao se virar, encontrou o diretor Jake Schreier, que, apesar de estar no centro das atenções, queria saber a opinião de Jenkins sobre o filme, especialmente sobre Bob, interpretado por Lewis Pullman, mais conhecido como The Sentry.
Jenkins, que co-criou o personagem em 2000, ficou lisonjeado, mas também um pouco confuso. Afinal, era a grande noite de Schreier, e ele deveria estar ocupado cumprimentando os convidados. No entanto, o diretor estava genuinamente interessado em saber se havia capturado a essência do que Jenkins havia imaginado. “Ele estava preocupado se tinha aderido a algo que tinha significado,” explica Jenkins, que se sentiu satisfeito tanto com o filme quanto com a representação de seu personagem.
A História de The Sentry
A trajetória de The Sentry até o cinema levou décadas. No final da década de 1990, Jenkins buscava contar uma história sobre dependência e um herói. Na época, estava trabalhando na Vertigo, um selo da DC, e apresentou uma ideia envolvendo o personagem Power Man — um homem que toma uma pílula que o transforma em super-herói por uma hora diariamente. “Seria a história da dependência máxima,” afirma Jenkins. Contudo, a proposta não foi aceita. A editora da Vertigo, Karen Berger, sugeriu que ele criasse um personagem original.
“Eu criei The Sentry. Tive um editor que defendeu isso na DC, mas eles não aceitaram. Apresentei para a Marvel, e também não foi aceito. Então, voltei para a DC, e novamente não foi aceito,” ri Jenkins. “Depois, fui para a Marvel e tentei mais uma vez.”
O Nascimento de um Ícone
Jenkins já trabalhava com Jae Lee em The Inhumans da Marvel e convenceu o artista a se juntar a ele na criação de The Sentry. Juntos, reapresentaram a ideia, que foi finalmente aceita pelos editores Joe Quesada e Jimmy Palmiotti. A história girava em torno de um super-herói esquecido, que também era o vilão The Void. Em um ato de heroísmo supremo, ele decide fazer com que todos se esqueçam de quem ele é, para que The Void não possa ameaçar o mundo novamente.
Para promover o lançamento do personagem, a Marvel criou uma narrativa metalinguística, fazendo parecer que Jenkins havia “descoberto” o herói escondido em um armário da editora, e que Stan Lee havia co-criado o personagem com a ajuda de Artie Rosen, um artista fictício. “Todo mundo acreditou. Foi uma criação oculta de Stan Lee,” comenta Jenkins.
A popularidade do personagem cresceu, e Jenkins até fez uma aparição em uma edição de 2005 de New Avengers, como ele mesmo, após o escritor Brian Michael Bendis lhe apresentar a ideia.
Um Encontro Memorável
Anos depois, em uma conversa com Pullman, o ator que interpretou The Sentry no cinema, Jenkins expressou seu entusiasmo: “Eu disse a ele, ‘Cara, espero que isso seja realmente bom para a sua carreira. Eu sei que isso é estranho, mas estou orgulhoso do que você fez.’” Ele se recorda que Pullman ficou realmente empolgado com a conversa.
Fonte: Hollywood Reporter