Nouvelle Vague, o mais recente tributo de Richard Linklater ao clássico Acossado de Jean-Luc Godard e à Nouvelle Vague francesa, foi aclamado com uma ovação de 10 minutos durante sua estreia mundial no Festival de Cannes, em maio. O longa chega aos cinemas americanos em 31 de outubro, com previsão de exibição nas telonas por duas semanas, antes de ser disponibilizado na Netflix em 14 de novembro.

A aquisição dos direitos de exibição nos EUA pela Netflix, logo após Cannes, gerou certo descontentamento entre os puristas do cinema, que lamentaram ver uma obra em película ser destinada a um serviço de streaming. Contudo, a plataforma planeja um lançamento robusto, abrangendo não apenas Nova York e Los Angeles, mas também outros dez grandes mercados americanos.
O filme, predominantemente em francês, terá promoção em todas as categorias do Oscar. Existe a expectativa de que Nouvelle Vague possa competir como finalista na categoria de melhor filme, uma categoria onde obras não faladas em inglês têm ganhado destaque. Outras possíveis indicações incluem melhor diretor para Richard Linklater, que anteriormente foi indicado por Boyhood, e roteiro, que ainda aguarda definição se será considerado adaptado ou original.
A atriz Zoey Deutch, que interpreta Jean Seberg, será promovida na corrida de atriz coadjuvante. Já os atores franceses Guillaume Marbeck e Aubry Dullin, que interpretam Jean-Luc Godard e Jean-Paul Belmondo, respectivamente, serão promovidos para as categorias de ator principal e coadjuvante.

A grande questão que permanece é se a França selecionará Nouvelle Vague como sua indicação para o Oscar de melhor filme internacional. Embora Linklater e Deutch sejam americanos, a maioria da equipe e o financiamento do filme são franceses, o que o torna elegível. A decisão de submeter o filme dependerá do comitê de seleção francês, que pode optar por priorizar a obra de um cineasta local.
Historicamente, a França já submeteu filmes de diretores não franceses, como Elle de Paul Verhoeven, e Dois de Nós de Filippo Neneghetti. No entanto, as últimas experiências do país com submissões ao Oscar não foram bem-sucedidas, o que pode influenciar sua decisão este ano. Com a ausência de outros filmes franceses com potencial significativo para a indicação, será interessante observar como o comitê lidará com Nouvelle Vague e sua chance de brilhar na premiação.
Fonte: Hollywood Reporter